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OIPM - Observatório de Interações Planta-Medicamento
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“Aprender Saúde entre as Plantas e os Medicamentos”
[ 2013-05-20 ]
Alertas à População Polimedicada é o enfoque da campanha do Observatório de Interações Planta-Medicamento (OIPM/FFUC) “Aprender Saúde entre as Plantas e os Medicamentos” na semana de 20 a 26 de Maio de 2013.

Vários fatores contribuem para a polimedicação, mas os mais relevantes são a presença de múltiplas patologias, uma ocorrência frequente em particular no doente idoso; e a auto-medicação, em que à prescrição médica se associam os medicamentos de venda livre e os produtos de medicina alternativa.
As patologias com mais consumo de medicamentos em Portugal, segundo estudos recentes desenvolvidos na Faculdade de Medicina de Lisboa (Professora Alexandra Pinto e a sua equipa em 2013) são a hipertensão, a patologia articular, hipercolesterolémia, perturbações do sono e doença cardiovascular. O individuo idoso toma em média 7 medicamentos por dia e a título de exemplo pode ter em simultâneo patologia cardiovascular, diabetes, demência e patologia oncológica. O uso crónico de medicamentos é mais prevalente na mulher e no individuo idoso. A polimedicação aumenta o risco de doença iatrogénica (reações adversas à medicação), e estima-se que o risco de reações adversas é de 6% quando dois medicamentos são administrados simultaneamente.
A Professora Anabela Mota Pinto, Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e membro fundador do OIPM, define o que se entende por Polimedicação e que é o consumo de pelo menos cinco medicamentos diferentes. O grupo de investigação que integra (Professora Catarina Resende de Oliveira e os Professores Santos Rosa, e Silveira Botelho, A. Morais e ManuelTeixeira Veríssimo) têm desenvolvido trabalho no sentido de perceber e ajudar no envelhecimento activo tendo publicado um estudo sobre Estudo do Perfil do Envelhecimento da População Portuguesa. (Alto Comissariado da Saúde - Ministério da Saúde. 2010).
Um fator de grande preocupação na auto-medicação é o facto de que em média 70 % das pessoas que tomam medicamentos ditos naturais não dizem ao médico que os estão a tomar. É de entendimento comum que o que é natural não faz mal, e não só não dizem ao médico, como ignoram que o “chá” que tomam diariamente pode ter interferências diretas com o medicamento prescrito pelo seu médico.
Há numerosos exemplos de plantas e produtos naturais que podem interferir com a medicação, e como medida de precaução o OIPM fez a avaliação do risco e destacou dentro dos grupos terapêuticos mais consumidos:
- O efeito dos anti-hipertensores (medicamentos para baixar a pressão arterial) pode ser potenciado pela gingko ou pelo alho (quando consumido em grandes quantidades na alimentação, ou em suplementos). Situação inversa pode acontecer, a sua actividade pode ser contrariada em casos de consumo de grandes quantidades de chá verde ou preto (da planta do chá Camellia sinensis) ao longo do dia, uma vez que este chá contém cafeína, que aumenta a pressão arterial. O mesmo pode acontecer com o ginseng asiático e o alcaçuz.
- Por sua vez os efeitos dos medicamentos usados para controlar os níveis de açúcar na diabetes podem ser exacerbados se ao mesmo tempo se consumirem plantas como o aloé, goma de guar, psílio, sementes de linhaça, o ginseng americano, noni, mirtilos, bardana, sabugueiro, entre outros. Daqui podem resultar episódios de hipoglicémias que geralmente se associam à medicação e nunca com produtos que estão a ser consumidos simultaneamente.
- O efeito de medicamentos para baixar o colesterol (sinvastatina ou atorvastatina) pode ser diminuído pelo consumo continuado da erva de S. João ou da salvia, ou mesmo por elevada quantidade de sumo de laranja diariamente. Pode contudo ocorrer uma maior permanência destes mesmos medicamentos no organismo devido ao consumo de outras plantas tais como o ginseng, aloé, raiz dourada. Esta situação pode resultar numa maior incidência de efeitos secundários e toxicidade associados ao medicamento, tal como a rabdomiólise e consequentes dores musculares.
A Gingko biloba pode ainda interagir com medicamento anticoagulantes (ex: varfarina), medicamentos antiagregantes plaquetares (ex. ácido acetilsalicílico), medicamentos anti- hipertensores (ex. nifedipina, nicardipina), antidepressivos (ex: trazodona), cardiotónicos (ex. digoxina), entre outros.
O Aloe vera pode também interagir com cardiotónicos (ex. digoxina), diuréticos tiazídicos, antiagregantes plaquetares (ex: ácido acetilsalicílico), anestésicos (ex. sevoflurano desencadeando hemorragias dado que diminui a agregação plaquetar) e ainda com alguns antineoplásicos.
O chá verde pode interagir com anticoagulantes (ex. varfarina) e medicamentos usados no tratamento de cancro (ex. bortezomib).
Para mais informações o OIPM dispõe de uma linha de apoio à população e aos profissionais de saúde, 239488484


http://youtu.be/4tWnA_941Mo



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